quarta-feira, 29 de abril de 2009

Inauguração da Botija Eletrônica

As postagens tratando de investimentos financeiros vão ficar rotuladas com este marcado "Botija Eletrônica". Pra quem não sabe, antigamente era muito comum o pessoal enterrar potes com dinheiro, ouro ou coisas de valor pra esconder de roubos. Na falta de banco, né? Muitos morriam sem revelar a localização do tesouro e, mesmo hoje em dia, se fala em "fulano tirou uma botija num sei onde" pra dizer que a bicha foi desenterrada por fulano.

Tenho a impressão que essas postagens terão uma abordagem bem quantitativa. Veremos.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

"A Placa de Vídeo" ou "Upgrade Econômico"

Como tenho dito, sou um barateiro. Gosto de pechinchas e prefiro achar algo bom dentre as coisas baratas às chiquezas de marca. Nessa linha, sempre preferi PCs com configurações levinhas no bolso e possibilidade de posterior expansão. O atual foi adquirido em Ciudad del Este, em janeiro de 2007 e já está um tanto defasado. A configuração é a seguinte:

Placa Mãe: ASUS A8V-VM (com vídeo integrado)
Processador: Semprom 3200+
Memória: 1 pente de 1GB (DDR400)
HD: Samsung de 200GB, não sei o modelo
Combo de DVD
Gabinete: da marca Clone (ver postagem anterior)

A intensão era posteriormente poder incluir uma placa de vídeo e um pente de 1GB pra trabalhar em dual channel (com 2 pentes iguais o acesso fica mais rápido, veja o artigo no Clube do Hardware). Também poderia se trocar o processador por um Athlon, mais fortinho. Pra possibilitar as expansões, optamos por uma configuração mais enxuta, mas numa placa mãe para processadores de 939 pinos (os mais modernos na época) e com um slot pra placas de vídeo PCI-Express, que também era um "lançamento".

Essa pinagem (939) já saiu de linha há uma data, mas vai possibilitar uma reforçadinha nas bases sem precisar trocar tudo. Olhando uns precinhos de usados no ML e pesquisando um pouco, percebi que o melhor custo-benefício seria instalar uma plaquinha de vídeo. Outro motivo pra escolher o vídeo como primeira troca é o chipset de vídeo que veio integrado à placa mãe. Ele tem muuuiiitos problemas de compatibilidade. O dito cujo é o K8M890 (o nome do chip que vem na placa) e não é tem driver aberto 3D no Linux, tornando qualquer brincadeira com vídeo no pinguim impraticável. Também é incompatível com vários joguinhos. Tive problemas com o Worms Armagedon e o Age of Mythology, nenhum dos dois sendo pesados para o vídeo. Broncas de compatibilidade mesmo.

Pois quando fui a Recife, estava lá essa plaquinha de vídeo dando bobeira. Segundo Romildo, ela deu alguma incompatibilidade com a placa mãe deles e ficou na caixa descansando. Mesmo não a conhecendo, carreguei-a para a capital. Já havia dito na postagem anterior, mas não custa repetir que é uma Radeon X1550 e foi instalada em seu devido lugar. Funcionou filezinho e foi detectada de prima no XP. Também deu o boot no Linux sem reclamações, mesmo sem qualquer alteração na configuração. Não vi se os drivers já estão rodando ok no pinguim nem se a aceleração 3D está funcional. Esses testes ficarão para o futuro.

O teste vogando mesmo foi no Windows. Instalei o 3DMark05, um testador de performance de vídeo especialmente voltado para aceleração 3D. Escolhi a versão 2005 por ser a padrão dos testes nos sítios de jogos e hardware, permitindo mais comparações com os dados disponíveis na rede. O teste é interessate, são rodados trechos de 3 jogos com damandas pesadas ao vídeo. Ao final, o programa dá um valor de pontuação para o desempenho do sistema. Na verdade são dois valores de desempenho, um para o vídeo 3D (3DMark score) e outro pra o processador. Rodei o teste na configuração velha e na nova (sem e com placa 3D). As diferenças são brutais.

Na configuração velha (vídeo integrado) o 3DMark score atingiu o valor de 286. Os trechos de jogos apareceram na tela com atualização aproximada de 1 ou 2 quadros por segundo, quando muito. Obviamente isso é injogável. Na configuração com placa offboard o resultado do 3DMark pulou para 2.XXX e os jogos apareceram na tela com uns 8 ou 10 quadros por segundo, parecendo realmente jogáveis, apesar de algumas vezes lentos. Outra coisa a ser citada é o aumento do desempenho do processador! Não sei se devido à liberação do processador de algumas tarefas de aceleração de vídeo ou mesmo à liberação de 256MB de memória RAM anteriormente "emprestadas" ao vídeo integrado, o fato é que a performance do processador subiu de 28XX para 3XXX.

Tudo junto, estou fortemente inclinado a pensar na atualização de placa de vídeo como a de melhor custo-benefício quando saímos de uma configuração com vídeo integrado à placa-mãe. Quando comprar uma memória e um Atlhon vou fazer umas comparações e postar aqui. Esta é a primeira da série "Upgrade de Pobre" que terá o intuito de testar como atualizar um micro de liso da forma mais econômica possível. Vamos também tentar testar desempenho de suítes de escritório e outras coisas utilizadas por um usuário normal. Aguarde e confira.


Aqui eu usei propositalmente "placa de vídeo integrada" no lugar da manjada "placa de vídeo onboard". Tentei achar um jeito decente pra substituir "offboard"mas sem sucesso em parecer natural. O problema é que esses termos estrangeiros são muito usados no meio de tecnologia e as traduções têm aplicação muito mais geral, fugindo do sentido tecnológico específico. O mesmo para o "upgrade", já de uso comum e saindo do mundo tecnológico para o dia-a-dia.

Fonte C3Tech de 500W

Como já quebrei a regra de escrever mensalmente, vou, de uma vez só, quebrar uma meia dúzia. Uma regra idiota que eu tinha estipulado era não escrever sobre coisas técnicas aqui, ou sempre manter uma linha geral de... de.... temas?.... sei lá! O que pensei foi o seguinte: se for sobre outro tema, escrevo em outro lugar, senão nem todo mundo vai entender. Pensamento estúpido quando se trata de um blog que só eu leio hahahaeeaueahueaa. Ainda pior, acabo por não escrever em lugar nenhum. Deixando de frescuras......

Ontem resolvi finalmente instalar a placa de vídeo escambeada com Romildo. A dita cuja é uma Radeon X1550. Nova no Mercado Livre tá custando 120 reais. Como estamos em ritmo de resolver pendências para uma mudança de habitação nos próximos dias, decidimos aproveitar pra resolver de vez o problema do barulho do gabinete. Pra vocês terem uma idéia, conseguimos ouvir o miserável chiando de um cômodo pro outro.

Juntando uma plaquinha que bebe um pouco mais de energia com um barulho irritante de ventoinha, fomos comprar uma fonte melhor na feira do paraguai. Antes de ir, pesquisamos um pouco no sítio do Clube do Hardware onde há vários testes fiáveis de fontes pra PC. Depois de ver vídeos de uma meia dúzia de fontes estourando muito antes de fornecer a potência nominal, anotei alguas marcas que me pareceram um pouco mais seguras. Também pesquisei uns preços no Mercado Livre.

Apesar de não haver um teste específico, acabamos comprando uma da marca C3Tech, de 500W. Lá no Clube tem um teste de uma C3Tech de 750W que deu show de bola. Essa, de 500W, é uma das mais vendidas do mercado, por um preço decente (R$ 140,00, mas dava pra chorar mais) e bastante bonitinha (preta com uma grade branca de pintura metálica). Li vários depoimentos de céticos por coisas baratas depreciando a fonte, mas nada sólido mostrando problemas. Como sou barateiro de plantão, comprei feliz.

Tirei a fonte original do lugar tentando decorar onde estavam os cabos. Estou bem enferrujado nessas coisas de hardware. Ao pegar a nova pra colocar no lugar, percebi um detalhe interessante. A nova é muito mais pesada. Fui à cozinha e tirei essas fotos aí embaixo:

É isso mesmo, a fonte original, que veio nesse gabinete da clone e tem um adesivo da mesma marca tem ridículos 900g. Isso contra 1.900g da C3Tech. Pode até ser peso morto, mas acho muito improvável encherem uma fonte de componentes inúteis. Além do mais, a miniaturização nos componentes pra esse tipo de peça não deve fazer essa diferença toda. Resumindo, não tenho argumentos pra dizer que a C3Tech é boa, mas aposto como essa clone é um lixo. Fiquei curioso pra poder fazer uns testes com a fonte. No mínimo, medir a corrente que ela puxa da rede e comparar com a clone na mesma configuração. Assim dá pra estimar variações de eficiência. Também pensei seria útil tentar medir o ruído de cada uma. Vai ver é possível fazer isso com algum tipo de gravador (um mp3 player?!??!). Qualquer dia, tento.

Voltando a ontem. Fonte instalada, tudo prontinho, ligo o bicho, e o barulho lá.... "tás de sacanagem?!". Olho dentro do bicho.... hhuumm.... "né pussiuvi!". Desligo, arranco o cabinho da ventoinha do processador, ligo de novo.... silêncio mortal. Tá bom, não serviu pra isso, mas temos uma fonte melhor que a clone, espero ter uma tensão mais estável e proteção prestável contra flutuações.

Falando nisso, outro teste interessante dá pra fazer com o "osciloscópio" de PC. Desses que ligam na USB e dá pra ver as leituras no monitor. Apesar das limitações nas faixas de frequência e tensão, é melhor que não ter nada. Se arrumar um desses, blogo dele aqui. Se alguém disser que é coisa barata e não vai prestar, então ótimo. Já se houver argumentos bons nesse sentido, aguardo-os.

Por último, ainda percebi que não era tão importante para o meu caso uma fonte mais robusta, o importante mesmo são as proteções que ela pode oferecer. Aqui tem uma calculadora de potência do micro. As estimativas dela pro meu micro são as seguinte: sem a placa de vídeo 130W, com a placa 161W. Mesmo considerando que é bom operar mais ou menos na metada da potência máxima da fonte pra otimizar a eficiência, estamos bem a baixo.

No próximo capítulo, a placa de vídeo.