quarta-feira, 22 de julho de 2009

Óculos 3D

Esses dia, fomos eu, Cássia e os nossos sobrinhos cuiabanos assistir o tal do cinema 3D. Uma maravilha!!! O filme foi "Era do Gelo 3". Os óculos que nos deram, acheio-os muito curiosos. Não eram daquele vermelho e azul, pareciam óculos escuros comuns, com umas lentes acinzentadas. Colocamos os óculos antes de começar o filme e nada de estranho. Continuavam óculos escuros. Feios, por sinal.

Mas quando começou o filme... aí foi outra estória! Tudo em 3D saindo da tela com a paisagem lá dentro, como se a tela fosse uma janela. Tirando o óculos durante a exibição, só o que se vê é a imagem normal do filme, só que com as bordas das figuras embaçadas. No finalzinho do filme, aproveitei pra fazer um último experimento. Inverti o óculos, colocando a lente do olho direito no olho esquerdo e vice versa. O resultado curioso é uma inversão da posição das coisas.

Saí confuso e extremamente interessado em descobrir como aquilo funcionava. Fora o óculos que Cassinha "esqueceu" e acabou levando pra casa, não tinha mais nada pra testar. Só que o tal óculos parecia comum. O outro, aquele vermelho e azul que as vezes acompanha revistas, pelo menos a gente sabe que uma lente filtra o vermelho e a outra filtra o azul, assim dá pra apresentar uma imagem diferente em cada olho. Como é exatamente a diferença entre a imagem que vemos em um olho e a imagem que vemos no outro que permite ao nosso cérebro calcular a distância entre as coisas e formar imagens 3D, dá pra fazer um desenho bicolor imitando esse efeito. Mas esse óculos cinza... o que será??? Sem sabe como testar, resolvi apelar pra internet.

Solução surpreendentemente simples disponível em diversos endereços da net. As lentes filtram luz em duas polarizações diferentes!!! Da mesma forma que as figuras das revistas 3D são duplicadas com pequenas diferenças, as figuras do cinema 3D são dobradas. Nas revistas a diferenciação de um olho pra outro aparece na cor (vermelho ou azul). No cinema são exibidas duas imagens com polarizações diferentes. Creio que são dois projetores, cada um com um filtro polarizador em um eixo (tou chutando isso). Como nosso olho não diferencia polarização, vemos tudo misturado sem os óculos. Isso resulta numa sobreposição embaçada. Com os óculos, uma das lentes filtra a imagem em um eixo e a outra filtra no eixo perpendicular, impedindo que misturem-se uma imagem com a outra.

Quando colocamos os óculos 3D sem o filme, a luz ambiente (com todas as polarizações) é filtrada e vemos apenas metade da luz chegar aos nossos olhos. Por isso não vemos distorção na imagem, só um pouco menos de luz. Mas olhando para o filme, vemos uma imagem diferente em cada olho. As duas imagens são geradas com pequenas diferenças. Exatamente as mesmas diferenças que perceberíamos se estivéssemos vendo a cena com os dois olhos, que são levemente afastados, claro. O resultado é um mamute que pula fora da tela!

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Nada contém tudo.

Uma traduçãozinha dum pedaço magnífico de "Naive Set Theory", do Paul Halmos. Usei E para pertence E' para não pertence. Meio estranho, mas quebra o galho. Se tiver com preguiça de ler, dizer "isto é uma demontração de que nenhum conjunto contém todas as coisas pensáveis" pode ser um estímulo para a leitura densa. A estorinha começa com o axioma da especificação, que é uma dos pressupostos básicos da teoria dos conjuntos, aquela mesma que aprendemos os rudimentos na escola.

Aperte os cintos. Lá vai:
____________________________________________________

Axioma da especificação: Para todo conjunto A e toda condição S(x) corresponde um conjunto B cujos elementos são exatamente aqueles elementos x de A para os quais S(x) é verdadeiro.
[...]

Para obter uma incrível e instrutiva aplicação do axioma da especificação, considere, no lugar de S(x), a sentença:
"x E x"

Segue que, qualquer que seja o conjunto A, se B = { x E A | x E' x}, então, para todo y,

(*) y E B se e somente se (y E A e y E' y )

É possível que B E A ? Continuaremos para provar que a resposta é não. De fato, se B E A, então ou B E B, ou ainda B E' B. Se B E B, então, por (*), a suposição de que B E A leva a B E' B - uma contradição. Se B E' B, então, por (*) de novo, chegamos a B E B - uma contradição novamente. Isto completa a prova de que B Є A é impossível, então necessariamente B E' A. A parte mais interessante desta conclusão é que existe algo (chamado B) não pertencente a A. Mas o conjunto A neste argumento é um conjunto arbitrário. Provamos, em outras palavras, isso:

Nada contém tudo.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Inauguração da Botija Eletrônica

As postagens tratando de investimentos financeiros vão ficar rotuladas com este marcado "Botija Eletrônica". Pra quem não sabe, antigamente era muito comum o pessoal enterrar potes com dinheiro, ouro ou coisas de valor pra esconder de roubos. Na falta de banco, né? Muitos morriam sem revelar a localização do tesouro e, mesmo hoje em dia, se fala em "fulano tirou uma botija num sei onde" pra dizer que a bicha foi desenterrada por fulano.

Tenho a impressão que essas postagens terão uma abordagem bem quantitativa. Veremos.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

"A Placa de Vídeo" ou "Upgrade Econômico"

Como tenho dito, sou um barateiro. Gosto de pechinchas e prefiro achar algo bom dentre as coisas baratas às chiquezas de marca. Nessa linha, sempre preferi PCs com configurações levinhas no bolso e possibilidade de posterior expansão. O atual foi adquirido em Ciudad del Este, em janeiro de 2007 e já está um tanto defasado. A configuração é a seguinte:

Placa Mãe: ASUS A8V-VM (com vídeo integrado)
Processador: Semprom 3200+
Memória: 1 pente de 1GB (DDR400)
HD: Samsung de 200GB, não sei o modelo
Combo de DVD
Gabinete: da marca Clone (ver postagem anterior)

A intensão era posteriormente poder incluir uma placa de vídeo e um pente de 1GB pra trabalhar em dual channel (com 2 pentes iguais o acesso fica mais rápido, veja o artigo no Clube do Hardware). Também poderia se trocar o processador por um Athlon, mais fortinho. Pra possibilitar as expansões, optamos por uma configuração mais enxuta, mas numa placa mãe para processadores de 939 pinos (os mais modernos na época) e com um slot pra placas de vídeo PCI-Express, que também era um "lançamento".

Essa pinagem (939) já saiu de linha há uma data, mas vai possibilitar uma reforçadinha nas bases sem precisar trocar tudo. Olhando uns precinhos de usados no ML e pesquisando um pouco, percebi que o melhor custo-benefício seria instalar uma plaquinha de vídeo. Outro motivo pra escolher o vídeo como primeira troca é o chipset de vídeo que veio integrado à placa mãe. Ele tem muuuiiitos problemas de compatibilidade. O dito cujo é o K8M890 (o nome do chip que vem na placa) e não é tem driver aberto 3D no Linux, tornando qualquer brincadeira com vídeo no pinguim impraticável. Também é incompatível com vários joguinhos. Tive problemas com o Worms Armagedon e o Age of Mythology, nenhum dos dois sendo pesados para o vídeo. Broncas de compatibilidade mesmo.

Pois quando fui a Recife, estava lá essa plaquinha de vídeo dando bobeira. Segundo Romildo, ela deu alguma incompatibilidade com a placa mãe deles e ficou na caixa descansando. Mesmo não a conhecendo, carreguei-a para a capital. Já havia dito na postagem anterior, mas não custa repetir que é uma Radeon X1550 e foi instalada em seu devido lugar. Funcionou filezinho e foi detectada de prima no XP. Também deu o boot no Linux sem reclamações, mesmo sem qualquer alteração na configuração. Não vi se os drivers já estão rodando ok no pinguim nem se a aceleração 3D está funcional. Esses testes ficarão para o futuro.

O teste vogando mesmo foi no Windows. Instalei o 3DMark05, um testador de performance de vídeo especialmente voltado para aceleração 3D. Escolhi a versão 2005 por ser a padrão dos testes nos sítios de jogos e hardware, permitindo mais comparações com os dados disponíveis na rede. O teste é interessate, são rodados trechos de 3 jogos com damandas pesadas ao vídeo. Ao final, o programa dá um valor de pontuação para o desempenho do sistema. Na verdade são dois valores de desempenho, um para o vídeo 3D (3DMark score) e outro pra o processador. Rodei o teste na configuração velha e na nova (sem e com placa 3D). As diferenças são brutais.

Na configuração velha (vídeo integrado) o 3DMark score atingiu o valor de 286. Os trechos de jogos apareceram na tela com atualização aproximada de 1 ou 2 quadros por segundo, quando muito. Obviamente isso é injogável. Na configuração com placa offboard o resultado do 3DMark pulou para 2.XXX e os jogos apareceram na tela com uns 8 ou 10 quadros por segundo, parecendo realmente jogáveis, apesar de algumas vezes lentos. Outra coisa a ser citada é o aumento do desempenho do processador! Não sei se devido à liberação do processador de algumas tarefas de aceleração de vídeo ou mesmo à liberação de 256MB de memória RAM anteriormente "emprestadas" ao vídeo integrado, o fato é que a performance do processador subiu de 28XX para 3XXX.

Tudo junto, estou fortemente inclinado a pensar na atualização de placa de vídeo como a de melhor custo-benefício quando saímos de uma configuração com vídeo integrado à placa-mãe. Quando comprar uma memória e um Atlhon vou fazer umas comparações e postar aqui. Esta é a primeira da série "Upgrade de Pobre" que terá o intuito de testar como atualizar um micro de liso da forma mais econômica possível. Vamos também tentar testar desempenho de suítes de escritório e outras coisas utilizadas por um usuário normal. Aguarde e confira.


Aqui eu usei propositalmente "placa de vídeo integrada" no lugar da manjada "placa de vídeo onboard". Tentei achar um jeito decente pra substituir "offboard"mas sem sucesso em parecer natural. O problema é que esses termos estrangeiros são muito usados no meio de tecnologia e as traduções têm aplicação muito mais geral, fugindo do sentido tecnológico específico. O mesmo para o "upgrade", já de uso comum e saindo do mundo tecnológico para o dia-a-dia.

Fonte C3Tech de 500W

Como já quebrei a regra de escrever mensalmente, vou, de uma vez só, quebrar uma meia dúzia. Uma regra idiota que eu tinha estipulado era não escrever sobre coisas técnicas aqui, ou sempre manter uma linha geral de... de.... temas?.... sei lá! O que pensei foi o seguinte: se for sobre outro tema, escrevo em outro lugar, senão nem todo mundo vai entender. Pensamento estúpido quando se trata de um blog que só eu leio hahahaeeaueahueaa. Ainda pior, acabo por não escrever em lugar nenhum. Deixando de frescuras......

Ontem resolvi finalmente instalar a placa de vídeo escambeada com Romildo. A dita cuja é uma Radeon X1550. Nova no Mercado Livre tá custando 120 reais. Como estamos em ritmo de resolver pendências para uma mudança de habitação nos próximos dias, decidimos aproveitar pra resolver de vez o problema do barulho do gabinete. Pra vocês terem uma idéia, conseguimos ouvir o miserável chiando de um cômodo pro outro.

Juntando uma plaquinha que bebe um pouco mais de energia com um barulho irritante de ventoinha, fomos comprar uma fonte melhor na feira do paraguai. Antes de ir, pesquisamos um pouco no sítio do Clube do Hardware onde há vários testes fiáveis de fontes pra PC. Depois de ver vídeos de uma meia dúzia de fontes estourando muito antes de fornecer a potência nominal, anotei alguas marcas que me pareceram um pouco mais seguras. Também pesquisei uns preços no Mercado Livre.

Apesar de não haver um teste específico, acabamos comprando uma da marca C3Tech, de 500W. Lá no Clube tem um teste de uma C3Tech de 750W que deu show de bola. Essa, de 500W, é uma das mais vendidas do mercado, por um preço decente (R$ 140,00, mas dava pra chorar mais) e bastante bonitinha (preta com uma grade branca de pintura metálica). Li vários depoimentos de céticos por coisas baratas depreciando a fonte, mas nada sólido mostrando problemas. Como sou barateiro de plantão, comprei feliz.

Tirei a fonte original do lugar tentando decorar onde estavam os cabos. Estou bem enferrujado nessas coisas de hardware. Ao pegar a nova pra colocar no lugar, percebi um detalhe interessante. A nova é muito mais pesada. Fui à cozinha e tirei essas fotos aí embaixo:

É isso mesmo, a fonte original, que veio nesse gabinete da clone e tem um adesivo da mesma marca tem ridículos 900g. Isso contra 1.900g da C3Tech. Pode até ser peso morto, mas acho muito improvável encherem uma fonte de componentes inúteis. Além do mais, a miniaturização nos componentes pra esse tipo de peça não deve fazer essa diferença toda. Resumindo, não tenho argumentos pra dizer que a C3Tech é boa, mas aposto como essa clone é um lixo. Fiquei curioso pra poder fazer uns testes com a fonte. No mínimo, medir a corrente que ela puxa da rede e comparar com a clone na mesma configuração. Assim dá pra estimar variações de eficiência. Também pensei seria útil tentar medir o ruído de cada uma. Vai ver é possível fazer isso com algum tipo de gravador (um mp3 player?!??!). Qualquer dia, tento.

Voltando a ontem. Fonte instalada, tudo prontinho, ligo o bicho, e o barulho lá.... "tás de sacanagem?!". Olho dentro do bicho.... hhuumm.... "né pussiuvi!". Desligo, arranco o cabinho da ventoinha do processador, ligo de novo.... silêncio mortal. Tá bom, não serviu pra isso, mas temos uma fonte melhor que a clone, espero ter uma tensão mais estável e proteção prestável contra flutuações.

Falando nisso, outro teste interessante dá pra fazer com o "osciloscópio" de PC. Desses que ligam na USB e dá pra ver as leituras no monitor. Apesar das limitações nas faixas de frequência e tensão, é melhor que não ter nada. Se arrumar um desses, blogo dele aqui. Se alguém disser que é coisa barata e não vai prestar, então ótimo. Já se houver argumentos bons nesse sentido, aguardo-os.

Por último, ainda percebi que não era tão importante para o meu caso uma fonte mais robusta, o importante mesmo são as proteções que ela pode oferecer. Aqui tem uma calculadora de potência do micro. As estimativas dela pro meu micro são as seguinte: sem a placa de vídeo 130W, com a placa 161W. Mesmo considerando que é bom operar mais ou menos na metada da potência máxima da fonte pra otimizar a eficiência, estamos bem a baixo.

No próximo capítulo, a placa de vídeo.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

É de bombó

Por estes dias, agora no final de 2008, meu cunhado, Romildo, me explicou que lá em Angola eles comem um tal de funge. Entendi ser uma espécie de pirão, feito de farinha de milho cozida com água, como um angu, mas ralo. Também tem o funge de bombó. E o legal, com sustança mesmo, é o funge de bombó. Pois adivinhem de que é feito o funge de bombó. É de uma farinha de mandioca. Isso foi Romildo quem me disse.

Outra estória lembrei-me no último domingo, almoçando na Torre de TV (Brasília). Comi, pela primeira vez, tacacá e me vieram à mente algumas partes do livrinho do Hans Staden, alemãozinho que visitou o Brasil-Tupi no séc. XVI. O galego Hans foi preso para virar churrasco - literalmente - mas, antes de quase ser comido, teve muitas chances de comer. Ele foi cevado com umas paradinhas de mandioca, descritas no livro com muito entusiasmo gastronômico. Viciou, especialmente numa farinha piladinha com peixe, uma espécie de paçoca de peixe. Além de servir pra armazenar o potreína do peixe sem estragar, a paçoquinha tupi era uma diliça (segundo o Hans). Outras estórias macaxeirísticas estou tendo a oportunidade de acompanhar no "O Banqueiro do Sertão". Recomendadíssimo. Depois volto ao padre de São Paulo, pois essa é outra estória.

O tema disso aqui é: cada civilização tem seu bombó. A cola, que permite às pessoas viverem em cidades, é feita de alguma comida agricultável em larga escala. Mas não adianta só plantar folha de coca em larga escala, tem que ser um troço com muita sustança (leia-se carboidratos). No Egito, Zoropa e Oriente Médio, usavam o trigo. Lá, os chinas e parentes usavam arroz. Ali, no México, a paradinha era de milho, que inclusive virou super-sucesso na Zoropa a partir da introdução e produção em larga escala em terras mediterrâneas, depois dos íberos chegarem por aqui. Por aqui, os tupis, e também os guaranis, se organizavam em volta da produção de mandioca (tinha milho também). E paçoca de carne de gente devia ficar nhumi-nhumi!

Alguém esteve por aqui, provavelmente um português, viciou na paçoquinha dos tupis, e levou pra plantar lá em Angola. Nem precisa dizer que o bombó foi pro topo da lista da alimentação africana em dois tempos. Digo só pra escrever besteira. Afinal de contas, o negócio é resistente, se multiplica com facilidade e qualquer pessoa cultiva. Isso sem falar da alta concentração sustançativa-turbo. Não sei bem qual era o cumê dos africanos, devia existir uma cola pré-bombó por lá. E não era o milho dos xicanos. Feijão? Trigo dos egípcios? Alguém aí exprica, ou adispôi nóis adiscobre.

Por fim, ainda com o tacacá na cabeça, depois de ter lido a receita do tucupi num blog, decidi almoçar hoje no Pátio Brasil. Cássia não podia vir comigo, mas estava disposto a almoçar chique um prato de camarão. Como o estado das coisas tornava propícia a utilização da macaxeira, já subi as escadas rolantes decidido a comer um bobó de camarão. Imediatamente pulou à mente: "Meu Deus!!! Mas o nome é bobó de camarão!!!". Dos tupis foi a mandioca pra África, mas, quando voltou, já era bombó. Voltando ao serviço, estava estendido no gugou... do Kimbundo, a língua das negras do bundão, diretamente de Angola:

Bobó = comida de origem africana: feijão mulatinho, dendê, com inhame ou aipim. *Bobó de camarão = mingau de aipim refogado com camarão, dendê e leite de coco.(Dicionário da Língua Portuguesa de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira)
Mbombo = duro, seco, ressequido. Mandioca fermentada, ou posta de molho para dela se fazer fuba.(Dicionário de Kimbundu-Portuguez coordenado por J.D.Cordeiro da Matta.)

Observação: Não esquecer que o N eo M antes de consoantes, tem somente a função de anasalar estas consoantes que precedem.
Creio que a palavra no Brasil ampliou também o seu significado, servindo para denominar estes pratos típicos.


Será que os camarões são potiguaras!?!?!?!


P.S.: Não havia me tocado, mas a definição acima de bobó deve responder à pergunda da cola africana: inhame. E ainda outro motivo pra rápida disseminação da mandioca em terras africanas. Similaridade.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Didelphis albiventris

Não se assuste de pesquisar no oráculo e descobrir que este nome aí em cima é o científico do famoso gambá de orelha branca. Não ajudou, não? É o timbu, ô, rapaz. Aqui no centro-oeste já chamam ele de outro nome. Não me lembro do nome. Sariguê, ou coisa assim. Logo que redescobrir, coloco aqui. Não vou falar do clube imprestável cujo mascote é o dito cujo. O fato é que um exemplar da citada espécie assassinou brutalmente um filhote de coelho branco, de olhos vermelho, habitante da casinha de cachorro na extremidade do meu quintal. Não bastasse a proverbial inocência da vítima, o "animal em conflito com a lei" não tinha quaisquer pretensões cunifágicas. Aparentemente, a única finalidade do atentado era evitar o compartilhamento de ração. Esta, furtada da vítima. Além de ladrão e psicopata, é pirangueiro.

Os dois coelhos restantes, removidos do seu habitat próprio (a casinha de cachorro), foram transferidos para a área de serviço até a captura do meliante. Tá certo que eles só moraram um dia na casa de cachorro e passavam bem na loja de produtos agrícolas onde anteriormente habitavam, mas muito gostaram dos "vegetais folhosos" frequentadores da casa de cachorro abandonada (cresceram no cimento mesmo). Passados poucos dias, ficou patente que o delinquente - falecido trema - já planejava entrar com processo judicial de usucapião quando foi encontrado furtivamente entocado na telha da casinha de cachorro.

Mas a máquina de lavar faz barulho e coelho faz cocô... área de serviço não é o local mais adequado pra se residir permanentemente. Mesmo 50g mais gordo em 7 dias de alimentação leve (capim e ração), o coelho marrom pequeno e seu companheiro preto têm de voltar pra casinha!!! Mãos a obra, corta pra lá, serra pra cá, prega aqui, grampeia ali... está pronta a armadilha que capturará o intruso. Quatro dias depois da construção: quatro a zero timbu. Mas meu gol é de ouro. Se ele cai, vai parar nos cafundós do serrado, bem longe da casinha de cachorro.

P.S.: O nome do peste por aqui é saruê.